
CENTRALIDADE DA MARCONI
Um cheiro que resulta dos esgotos entupidos por consequência de um único depósito de água nos edificios da centralidade da marconi e os focos de lixo espalhados em vários pontos daquele projecto habitacional localizado no municipio do Hoji Ya Henda, em Luanda.. Populares clamam por ajuda.
Por : Redacção
Quem ali circula todos os dias está sujeito a sentir o cheiro nauseabundo que “tempera” os edificios aí existentes. Segundo relatos avançados ao nosso jornal o mau cheiro é proveniente dos esgotos entupidos.

Márcia Marques na condição de residente considerou de péssimo o saneamento básico uma vez que por força da realidade é obrigada a deparar – se com este cenário diariamente.
“Os edificios comportam um único depósito de água e a falta de manutenção tem provocado tal situação; acontece que as águas que vão ao esgoto são provenientes do vaso sanitário, da cozinha e do banheiro e isto tem causado um ambiente ruim atendendo a realidade a que estamos sujeitos a viver, disse a jovem que se mostrou bastante aborrecida.
Continuando com o seu depoimento, a nossa interlocutora alegou mesmo que por força da situação as pessoas só respiram em condições quando se encontram fora da centralidade, pelo contrário” temos de nos conformar com esse clima, uma situação bastante desconfortável” lamentou a jovem.
Márcia esclarece por outro lado que os moradores são obrigados a fazerem uma contribuição financeira a fim de solicitarem os serviços de sucção e desobstrução de fossas e esgotos, uma situação que segundo ela “fura” os bolsos de quem enfrenta situações económicas no dia -a-dia.
“Apelamos assim a quem de direito para velar por esta situação de modo a garantir o nosso bem estar”
Por sua vez, Gil Carvalho, residente na centralidade em causa, apontou a título de exemplo o prédio 19 que está com problemas de esgoto tendo dito durante as suas abordagens que tal situação ocorre quando a caixa fica cheia e isto provoca o mau cheiro.

A nossa reportagem ouviu também a opinião de um munícipe que vive fora da centralidade. Para o senhor Domingos Pedro Simão a sua preocupação recaí para as águas residuais que ficam concentradas em alguns pontos do referido projecto habitacional onde as crianças fazem do local o seu carrossel , perigando a vida destas uma vez que se trata de água imprópria para o consumo.
Segundo ele, as manilhas foram todas danificadas, daí a abertura das tubagens que produz o mau cheiro.
“ As nossas crianças brincam nessa água contaminada até porque há tempo o bairro registou casos de cólera, por isso peço ao governo para resolver esse problema.”
Amontoados de lixo
Mesmo com a presença de contentores para o depósito de lixo dentro da centralidade da marconi ainda assim são visiveis os focos de lixo um pouco por todo ponto daquele projecto habitacional.
A verdade é que o governo provincial de Luanda tem um programa que visa um conjunto de iniciativas para a limpeza, saneamento básico e gestão de resíduos sólidos.
A questão que se coloca é saber se de facto a razão tem que ver com a alegada insuficiência de contentores ou a falta de educação ambiental por parte dos moradores.
Em resposta ao nosso jornal, os nossos entrevistados divergiram nos seus argumentos .
Para a jovem Márcia Marques tem faltado consciência por parte das pessoas uma vez que segundo as suas constatações há indivíduos que não chegam aos contentores para depositar o lixo.
“Algumas pessoas ao dirigirem- se aos contentores deparam – se com focos de lixo durante a caminhada e deitam logo aí sem no entanto precisarem de chegar ao destino e isto faz com que cresça cada vez mais as acumulações de resíduos na nossa centralidade, admitiu.
Questionada sobre a presença da operadora encarregue na recolha de lixo, Márcia diz que tem havido uma presença regular cabendo apenas maior consciência das pessoas.
Pessoas não residentes na centralidade tidos como “culpados” dos focos de lixo
Adão dos Santos é residente fora da centralidade e diz que a suposta falta de contentor no seu bairro faz com que ele deposite o lixo dentro da marconi tendo ressaltado que os contentores existentes fora da centralidade estão concentrados ao longo da estrada número 100.
“ Ao passarmos por cá aproveitamos deitar o nosso saquito com lixo já que nos nossos bairros não há contentores para depositar lixo. É lamentavel, mas o que fazer, questionou o nosso entrevistado.
Outro entrevistado é o senhor Domingos Pedro que fala da necessidade de haver mais contentores e que devem estar em pontos chaves para facilitar o proceso.
“A população que vive arredores da centralidade não deveria deitar aqui o lixo “
Gil Carvalho entende ser fundamental a construção de muros que cercam a área habitacional de formas a impedir cidadãos estranhos que não contribuem para o bem do referido espaço.
“Este projecto já fez reduzir a frequência de pessoas dentro da marconi “
Enquanto isto, Adão dos Santos diz não acreditar que a construção de muro venha a impedir o depósito de lixo por parte dos habitantes externos, pelo contrário, os moradores vão continuar a deitar o lixo atirando pelo ar, disse o entrevistado.
Já a jovem Márcia Márques considera a situação como normal uma vez que a centralidade é aberta e não é um condominio.
