Trabalhadores do Cemitério da Mulemba pedem valorização e respeito pela profissão.
Cansados pela forma como algumas vezes são tratados pelas pessoas que acompanham os seus entes queridos nos cemitérios. Os funcionários do cemitério da mulemba que sentem na pele os maus – tratos e o desrepeito pelo trabalho que realizam, estes imploram maior respeito e sobretudo consideração de toda a sociedade.
Por:Redacção
Trabalhar em cemitérios ou prestar serviço em qualquer instituição requer de cada um de nós uma entrega capaz de se traduzir em competências reais para que o país não pare já que cada sector da vida tem a sua importância, mas ao contrário o que acontece em determinadas empresas onde os funcionários são acarinhados ou mesmo levados ao colo pela sociedade, e isto não é o que se verifica em vários campos santos.
Acontece que funcionários ligados ao cemitério da mulemba vulgo 14 relatam os maus – tratos a que têm sofridos associando-se com as poucas condições de trabalho como avançou ao nosso Jornal o Sr. Abel Cândido Gaspar que apesar da discriminação enfrentada no dia -a-dia diz sentir- se bem pelo trabalho que exerce, porém, pede maior respeito por parte das famílias.
“Somos nós que preparamos a última morada dos falecidos, então, ninguém está isento desta realidade ” disse.
Constantino Chivela, responsável pela área de funeral das crianças quando questionado sobre o seu trabalho, o nosso entrevistado queixou-se da violência psicológica e física que tem sofrido em face ao comportamento dalgumas familias ou seja daquelas pessoas que acompanham os mais variados funerais.
O trabalhador do cemitério atirou -se também contra as pessoas que vão aos cemitérios sob efeito de bebidas alcoólicas e sobretudo drogadas inclusive as outras pessoas que fotografam tudo o que lhes apetece.
“ Os meios de comunicação social, igrejas, famílias e outras instituições devem nos ajudar a passar mensagem de que o campo santo é um lugar de respeito, pois esses comportamentos não dignicam a nossa cultura” esclareceu.
Outro funcionário que presta serviço neste cemitério há duas décadas é o Sr. Inácio Vicente tendo aproveitado a nossa presença para chamar atenção aos habitantes que vivem nas imediações do cemitério a deixarem a prática de deitar lixo e água dos esgotos reprovando igualmente a venda de bebidas alcoólicas junto do cemitério.
Apesar de todo cenário que se assiste no cemitério, o índice de roubo e os actos de vandalismo reduziram consideravelmente como afirmou Elisa Domingas, funcionária local há dois anos.

Por sua vez, Nunes Carlos Marcial , responsável do Cemitério da Mulemba reconheceu a regularidade de tais ocorrências reprovando a todos os níveis os insultos a que são vítimas.
“ A vandalização, a venda de bebidas alcoólicas nos arredores do cemitério, constitui uma das nossas maiores preocupações, graças a Deus, a situação tende a melhorar fruto da boa participação dos agentes policiais, da equipa da fiscalização destacada no terreno e em particular a sensibilização que temos vindo a fazer junto das comunidades, temos verificado melhorias significantes” realçou.
Recordar que o governo angolano aprovou no princípio deste ano uma lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas perto de cemitérios, escolas, hospitais e outras instituições, dentro de um perímetro de até 300 metros.


