A Escola Primária n.º 4042, localizada no bairro Barra do Bengo, município de Cacuaco, tem sido alvo de sucessivos assaltos devido à inexistência de muro e à falta de segurança no recinto.
Por: João Afonso
Somente no primeiro trimestre do presente ano lectivo, a instituição registou cinco assaltos, ocorridos em dias consecutivos, segundo informou o subdirector pedagógico, Alberto Biete.
De acordo com o responsável, a ausência de vedação e de corpo de segurança facilita a entrada de meliantes durante a noite. “A nossa escola não tem corpo de segurança e precisa de apetrechamento de carteiras. Os supostos meliantes aproveitam o período nocturno para fazerem das suas. Não é a primeira vez que enfrentamos situações semelhantes”, lamentou.
Os assaltantes levaram mais de 50 carteiras, além de janelas e outros bens da instituição. Biete destacou ainda que parte do dinheiro arrecadado pela comissão de pais que seria destinado à reabilitação da escola teve de ser utilizado para reparar os estragos causados pelos invasores.
A direcção afirma ter solicitado várias vezes apoio à comissão de moradores e à brigada escolar, numa tentativa de pôr fim a um problema que já dura anos. Por exemplo,há três anos, uma comitiva da administração municipal visitou o local para avaliar as condições da escola, mas, segundo o subdirector, nada mudou desde então.
O presidente da comissão de moradores, Cristóvão Miguel Francisco, também manifestou preocupação com o estado da infraestrutura. Para ele, a escola precisa de uma intervenção urgente. “O estabelecimento está sem muro e o terreno é muito baixo, o que causa alagamentos durante as chuvas e dificulta a mobilidade. Sugiro ainda a ampliação da escola para incluir o I e o II ciclo, atendendo à necessidade do bairro”, defendeu.
Os alunos confirmam as dificuldades. Gerciá Maria, de 11 anos, estudante da 6.ª classe, pediu às autoridades que melhorem as condições básicas da instituição. “As casas de banho não funcionam e temos de ir à casa para fazer as nossas necessidades”, relatou.
O colega Clemente Alfredo, também da 6.ª classe, afirmou já estar habituado à precariedade, mas pediu mais segurança. “Há pessoas estranhas dentro do recinto, mas não nos fazem mal. Peço apenas que vedem a escola para garantir a nossa segurança”, disse.
A escola, que funciona em regime de parceria, possui sete turmas, 15 funcionários e apenas uma auxiliar de limpeza, que trabalha em regime de colaboração.


