Taxistas clamam por carteira profissional e caixa social
Os taxistas interpelados por nós revelaram que continuam preocupados com a inserção na segurança social visando garantir direitos como reformas e protecção social. Os homens do azul e branco que clamam pela formalização da profissão manifestavam tais considerações por ocasião do dia nacional a eles dedicados que se assinalou no último domingo (05 de Outubro).
Por: João Afonso
A propósito de conhecer mais um pouco dessa classe, bastante fundamental na movimentação de pessoas e bens no nosso quotidiano, a nossa reportagem ouviu o chefe da inspecção provincial da associação dos taxistas de Angola (ATA) André Neto Calomopolo que enumerou uma série de problemas com destaque para aquisição da carteira profissional e a inserção na caixa social.
O Responsável entende que desta forma a classe poderá sentir-se mais valorizada e respeitada para fazer face aos desafios que a profissão apresenta.
André Neto Calomopolo aproveitou o momento para expressar a sua solidariedade aos colegas que estão detidos desde os últimos tumultos que aconteceram em Luanda.
“ Temos feito uma corrente de oração a favor do presidente e do seu vice para que ambos possam voltar ao convívio da classe e mesmo assim celebramos o nosso dia apesar de ser arrastado com alguma tristeza”
Já o jovem Jonatha Matias que exerce a função há seis anos implorou ao estado angolano a criar as melhores condições para facilitar a referida actividade.
“ Não me sinto apaixonado ao volante”, confessou o taxista que mais adiante disse que tem feito reciclagem no curso de soldadura industrial por entender ser a sua área de conforto.
“As nossas viaturas apresentam muitas avarias, nem sempre trabalhamos a cem por cento e é uma responsabilidade transportar vidas humanas nessas situações” reconheceu.
Quanto a sinistralidade rodoviária, o nosso interlocutor reconhece que alguns taxistas têm cometido muitas infracções, facto que segundo ele pode ser apontado como uma das causas dos acidentes de viação.
José Lucas é também taxista e está na via há de mais de 8 anos e queixa-se das vias esburacadas tendo apontado a título de exemplo as vias de comunicação que se encontram na zona da caop, município do Sequele.

Já António Mbuta que se encontra há pouco tempo no volante encara o trabalho com muita responsabilidade e pede ao executivo que preste maior atenção à classe.
Segundo ele, o contexto actual do país tem gerado muitas dificuldades na vida dos taxistas, coisa que não acontecia antigamente acrescenta o nosso entrevistado que admite que muitos fazem serviço de táxi e andam em mau estado técnico com as próprias viaturas por não haver níveis consideráveis de empregabilidade na sociedade Angolana.
“ Os acessórios das viaturas estão muito caros e nem sempre temos capacidade financeira de adquiri-los por conta da conjuntura económica que o país atravessa e nesse quesito os reguladores de trânsito não entendem” queixou-se.
Recordar que os associados da ATA doaram sangue no Hospital Josina Machel para saudar o dia nacional do taxista que se assinala anualmente a 05 de Outubro.

