O bairro Deolinda Rodrigues, no município de Cacuaco, enfrenta há mais de dez anos a falta de uma escola pública, uma situação que continua a comprometer o futuro de centenas de crianças. A ausência de infraestrutura escolar tem obrigado os alunos a percorrer longas distâncias diariamente, contribuindo para o abandono escolar e aprofundando desigualdades sociais na comunidade.
Por: Redacção
Com o crescimento habitacional acelerado registado em Cacuaco nos últimos anos, a expansão da rede escolar não acompanhou o ritmo. Hoje, muitas crianças do Deolinda Rodrigues são obrigadas a deslocar-se para bairros vizinhos, enfrentando caminhadas extensas ou custos de transporte que grande parte das famílias não consegue suportar. Como consequência, multiplicam-se os atrasos, faltas constantes e casos de desistência.
Além da educação, os moradores apontam também preocupações relacionadas à segurança. Sem uma escola próxima, os alunos percorrem rotas perigosas, atravessam vias movimentadas e ficam expostos a vários riscos. Para os pais, ter uma instituição de ensino dentro do bairro significaria proteger as crianças e garantir o seu direito básico à instrução.
A educadora de infância Júlia Miguel mostrou-se preocupada com o número crescente de crianças fora do sistema de ensino e alertou para impactos sociais mais amplos. “A falta de instituições de ensino também sobrecarrega as poucas existentes no município, que operam com turmas superlotadas”, afirmou.
Moradora há 10 anos e professora do I Ciclo, Amélia Adriano lamentou a escassez de escolas públicas na circunscrição, lembrando que muitas famílias não possuem condições financeiras para custear o transporte dos filhos. A docente citou ainda os 11 Compromissos da Criança, reforçando que, nesta realidade, os menores ficam privados de direitos fundamentais.
Apesar das dificuldades, a comunidade tem mantido mobilização activa para exigir melhorias. Os moradores reafirmam que continuarão a lutar para que o direito à educação seja finalmente garantido no bairro Deolinda Rodrigues.
“Espaço já está disponível para futura construção”
O presidente da Comissão de Moradores, João Ferreira, informou que já foram feitos contactos com a administração municipal de Cacuaco e que existe um terreno disponível para a construção de equipamentos sociais, incluindo uma escola e um centro materno-infantil.
“Os técnicos já estiveram aqui e fizeram todas as providências. Nos próximos tempos, acreditamos que poderemos usufruir destes serviços”, assegurou o responsável.
O administrador municipal de Cacuaco, Fernando João, assegurou, recentemente, em declarações à imprensa, que estão previstas para o ano 2026 a construção de cinco escolas de distintos níveis de ensino no quadro da responsabilidade social das empresas públicas e privadas do sector Petrolífero e Gás.


