Com uma população estimada em 47.600 habitantes, os munícipes na localidade do 30 estão desanimados com a governação de Auzilio jacob. As inquietações surgem devido a ausência de bens sociais e serviços naquela circunscrição da província de Icolo e Bengo recém-nascido, fruto da divisão político administrativo deste ano. De acordo com os munícipes falta quase de tudo um pouco desde escolas públicas, água potável, esquadras policiais entre outros mesmo estando próximos de maiores cursos de rios com maiores caudais, o reflexo de sofrimento vê-se a partir desses serviços.
Por: João Afonso
Interpelado pelo Jornal Liberdade, o Coordenador da Comissão de Moradores do referido bairro, Adriano Alfredo Camela, começou por queixar-se da falta de abastecimento de água potável sendo este um bem indispensável na vida do ser humano. Segundo o responsável, os sectores 9, 10 e 12 já há muito que se beneficiaram de um canal de água mas o líquido não chega à casa dos moradores, uma situação que tem gerado muito questionamento, salientou.
A situação tende a piorar por conta dos obstáculos que os camiões cisternas encontram no interior do bairro como é o caso que se assiste na zona do Cawango onde estes serviços não chegam, lamentou o nosso entrevistado dificultando cada vez mais a vida dos populares.
De acordo ainda com a fonte, há também um chafariz que foi construído em vésperas das eleições ou seja em 2022 e infelizmente nunca jorrou água, servindo de um espaço onde a população que aí passa olha com a esperança de um dia ver as torneiras a jorrarem o precioso líquido.
Questionado sobre os encontros que tem mantido junto da administração municipal do Sequele, Adriano Camela assegurou que tem recebido luz verde mas lamenta a demora, pois não basta o projecto estar em carteira mas a sua implementação, disse a fonte.
Continuando, o nosso interlocutor queixou-se igualmente da insuficiência de escolas tendo revelado que existem apenas 11 salas do ensino primário facto que originou com que no presente ano lectivo mais de duas mil crianças ficassem fora do sistema de ensino.
Quanto aos serviços hospitalares, os populares que aí vivem têm de se deslocar em Cacuaco, Funda ou Vila Cativa, uma situação que tem criado muitos problemas para as gestantes uma vez que acrescenta o nosso entrevistado acabam por dar a luz quando transportadas por motorizadas de três rodas vulgo kupapatas no calar da noite.
Em declarações a nossa reportagem, Dora Mateus, moradora deste bairro, disse que não conseguiu matricular a sua filha para o ensino pré-escolar.
“A minha filha nunca pegou um lápis, de que adianta inscreve-la num colégio e depois quem poderá pagar a mensalidade”, questionou a fonte que se encontra desempregada.
Outra moradora que responde pelo nome de Adorada Emília Kadim, lamentou a inoperância do chafariz que se encontra a poucos metros da porta de sua casa.
“ Eu vivo neste bairro há 44 anos e é muito duro acordar todos os dias e vendo o chafariz ao meu nariz sem jorrar água, aliás, fui em quem cedeu o espaço para a construção deste fontanário, a tubagem passa a poucos metros das nossas casas e não entendemos porque que não nos beneficiamos deste bem”, indignou-se a moradora que mais adiante pediu a intervenção das autoridades governamentais.
Um paradoxo no projecto água para todos
“O bairro 30 é a zona que mais se beneficia do abastecimento de água a nível do Sequele”
Os moradores consideram inaceitável a falta de água e a insuficiência do fornecimento de energia eléctrica. Para eles a zona está próximo de rios que fornecem água há muitas localidades distantes, mas aqui perto segundo consideram ser um paradoxo a falta do precioso líquido.
Já o Director municipal da energia e águas refutou as reclamações dos populares tendo afirmado que o bairro 30 tem se beneficiado do abastecimento de água potável dizendo mesmo que a nível do município do sequele é o bairro com mais água.
Bernardo Paulo atirou -se contra os coordenadores da comissão de moradores acusando-os de desviarem a conduta de água criando uma instabilidade no abastecimento deste precioso líquido que por conseguinte tem se reflectido na vida da população.
“Nós destruímos os tanques de garimpo de água para desencorajar tais ocorrências, inclusive os tais garimpeiros desviaram a conduta que abastece água em residência do governador”
“Estes coordenadores foram indicados como zeladores na altura em que ainda estiveram vinculados no município de Cacuaco e transportaram esses hábitos na nova localidade, alguns deles desviam a água do chafariz e colocam nos seus respectivos tanques para vender água à população, por isso mesmo, digo que do perímetro do kifangondo até à funda existe o projecto água para todos, o munícipe não pode se queixar da falta de água”.
“Reconheçamos que pode haver um ponto em determinado bairro sem água por conta de uma suposta avaria mas em linhas gerais não há défice de abastecimento de água”, disse o responsável.
Importa referir que alguns sectores do bairro 30 já beneficiam do regime da modalidade de pré-pagamento no sistema eléctrico público mas vale ressaltar que ainda enfrenta problemas de saneamento básico e vias de comunicação.


