Os assaltantes calculistas têm como preferência a zona da Barra do Bengo, em Cacuaco, província de Luanda o seu palco de acções criminosas por conta do dinheiro conseguido da população através da pesca, relatam os nossos entrevistados.
Por: João Afonso
A maioria da população da Barra do Bengo vive da pesca ou seja é o cartão postal para quem se dirija a essa localidade e muitas vezes o dinheiro conseguido resultante da actividade piscatória desperta a ânsia dos amigos do alheio que usam a máquina calculadora e no calar da noite realizam as suas acções criminosas assaltando várias residências e é isto que tem preocupado os moradores nos últimos dias que se sentem sufocados a cada dia que passa.
Em declarações a nossa reportagem, o presidente da comissão de moradores, Cristóvão Miguel Francisco disse – nos que foram registados nos últimos dois meses cinco assaltos qualificados onde os marginais penetraram em algumas residências com armas de fogo e alguns destes vestidos supostamente com colete do SIC.
“Estes marginais não são quaisquer uns, são pessoas altamente perigosas e organizadas, eles arquitectam tudo e assaltam com uma prévia preparação, o que nos admira é que os assaltantes usam armas de fogo de diferentes calibres e alguns com coletes do SIC”
A propósito, o responsável informou ao nosso Jornal que recentemente o bairro recebeu a visita de uma comitiva policial para identificar um espaço para construção de uma esquadra, mas para o seu espanto a referida comitiva alegou não encontrar um lugar apropriado. Nesse quesito, Cristóvão Francisco sugere ao estado a demolir algumas residências no interior do bairro e negociar com a população no sentido de se resolver o problema, pois no seu entender as coisas não podem continuar deste modo.
“Não podemos estar a Deus dará, é necessário que se encontre uma solução urgentemente”, implorou o coordenador.
“Dormimos com um olho aberto e outro fechado”
Interpelados pelo nosso jornal, os moradores que atendem pelos nomes de José Francisco, Bernardo Maria, Domingos Afonso e Eugénio Guilherme dizem que antigamente o bairro era calmo, mas hoje por força da presença doutras pessoas provenientes de distintos pontos de Luanda, a zona, segundo eles tornou-se assustador a julgar pelos assaltos que tem sofrido nos últimos dias.
Os nossos entrevistados revelaram – nos que são obrigados a dormir com um olho aberto e outro fechado tudo porque, os amigos do alheio não estão a facilitar a vida dos munícipes.
Domingos Afonso morador há mais de 50 anos já sofreu assalto em sua própria casa e na altura segundo conta eram mais de dez (10) bandidos com armas de fogo e os malfeitores terão levado alguns bens e valores monetários, tendo mesmo na ocasião usando TPA para a retirada do dinheiro no cartão multicaixa. Ele, acrescenta, dizendo que um vizinho foi também assaltado e por conseguinte a polícia apareceu no terreno e verificou os vídeos por meio de uma câmara de vigilância onde apareciam os supostos meliantes mas para a surpresa da comunidade no dia seguinte houve outro assalto na mesma casa e levaram a câmara de filmagem, lamentou a fonte.

Eugénio Guilherme que também sente na pele o cenário preocupante do bairro, diz que os delinquentes são astutos já que controlam a vida dos pescadores ou seja” eles apreciam todo trabalho feito pelos armadores e depois arquitectam tudo” contou.
“Eles assaltam as nossas residências, e no meu entender são roubos dirigidos por causa da venda do pessoal que se dedica ao mar, a nossa vida é transparente” esclareceu o jovem aparentemente irritado com os constantes roubos.
Salientar que o Bairro Barra do Bengo também debate-se com a luta de gangues, uma realidade que preocupa a comunidade onde os sectores do Areal, Bate-Chapa e Mateba, são apontados como as áreas onde se protagonizam mais lutas entre adolescentes e jovens, uma situação que tem terminado em mortes.

