
A tentativa de construir-se uma narrativa “sólida” sobre quem é o autor das greves e das manifestações no país e a pretensa subversão da ordem constitucional de Angola, que persegue a tomada do poder político tornou-se velha e desgastada no tempo e rememora episódicas purgas que no final do percurso colocaram em evidencia, uns minúsculos objectivos que se traduzem na manutenção do poder político e patrimonial (a riqueza que acumularam longos anos) nas mãos dum pequeno grupo de indivíduos, trasvestidos de organização política partidária.
Desonraram a nobreza do bem servir que é o principal objectivo da política. Estes sim, pelo estilo e prática do exercício do poder, transformaram-se em associação criminosa.
Foi assim no 27 de Maio, em 1977, para justificar a eliminação duma geração “completa” de valiosos quadros angolanos, entre eles, pontificavam intelectuais como Nito Alves, Fernanda Mutito e outros à escala nacional da matança, o que tornou Angola empobrecida.
As mortes de Julho 28, 29 e 30 e seguintes foram igualmente consequência de manipulação, para deixar em nós a memória refrescada de “medos” que se pretendem perpétuos, na linha de defesa do poder corrupto e interesses instalados!
Angola sob a direcção do partido-Estado conheceu purgas em massa, ostensiva ou disfarçadamente precipitadas pelo poder securitário para delas tirar proveito, o principal dos quais, o de instalar os medos paralisantes em comunidades, enquanto o regime se esmerava na renovação de táticas.
São 50 anos de pilhagem a riqueza nacional e o pecúlio que se contabiliza é enorme.
A velha tática é renovada permanentemente no pretexto e usada em cada contexto. Também no argumento, claro. Ironia ou não, é curioso que aos guerrilheiros de libertação nacional o poder colonial epitetou-os de “turras”.
Hoje no poder chamam os seus compatriotas de “arruaceiros e vândalos”, só porque encontrando-se na condição de esfomeados se apropriaram de comida que encontraram em lojas fartas, “alheias”. Hoje, incompetentes, os governantes chamam os outros de “financiadores do terrorismo”, uma banalização a essência do fenómeno “terrorismo”, vertido no léxico jurídico-político que encobre interesses difusos. Falam também de “associação criminosa”, etc.
Mal acolheram a democracia, uma conquista dos angolanos, que nos obriga a partilhar o mesmo território, uma dádiva de Deus, sem discriminação da matiz política individual.
Acontece que, ainda ressentidos desta “imposição” da nova ordem em Angola, formalmente consagrada em 1991 na localidade de Bicesse/Portugal com o Acordo de Paz, mal disfarçam a aversão sentimental que lhes corre alma adentro, razão pela qual amiudadas vezes derrubam princípios essenciais, vertidos na carta magna (a Constituição da República de Angola).
O Executivo chega ao despautério de condicionar a liberdade de reunião, associação e até de pensamento. Criminalizam o discurso político crítico-construtivo, típico das democracias que tão depressa retiram do contexto e qualificam de incitador de violência.
Ao lugar da crítica que faz a oposição que visa adverti-los do caminho que estão a seguir, permeiam a adulação e a bajulação. Como dizia Alan Schumpeter, “Uma vez no poder, de tão preocupados com a cavalgada perdem o rumo a seguir”.
E no reflexo o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior é o principal visado dos pedregulhos de ataques arremessados a partir dos mais sofisticados aríetes digitais.
Ontem Jonas Savimbi que lutou e conquistou a instituição da democracia almejada desde 1966 ano da fundação da UNITA.
Hoje é Adalberto Costa Júnior, incorruptível e i-manipulável que sofre o custo de ser perseverante!
A sociedade que entenda a razão de ser do ódio que o regime destila contra o líder da UNITA e
não se deixe manipular como foi no passado.